quarta-feira, setembro 27, 2006

O pesadelo do debate

Os antigos sempre diziam para não comer porcaria antes de dormir. No caso de um debate político que termina às 00h30 o raciocínio deve ser mais ou menos o mesmo.

Foi por isso que eu tive um pesadelo.
Sonhei com um Flávio Arns vestido de ursinho carinhoso, com uma estrelinha do PT na barriga dizendo seus nomes de programa com aquelas palavras "fofinhas": solidariedade, cooperação, etc.
Sonhei com um Luiz Felipe, batateiro, bradando os bordões da velha esquerda de guerrilha, ventríloquo de uma ala chavista com alguma pretensão em solo tupiniquim.
Sonhei com Melo Viana, que, tal qual aqueles bonecos de dar corda não parava de andar e dizer a mesma história sobre oito secretarias, o mesmo programa adaptado de sua campanha para a prefeitura de Curitiba.
Sonhei com um Rubens Bueno um tanto insosso.
Sonhei com Os Mar batendo em rochedos, com toda a força do oceano, mas retrocedendo assim que a maré baixava.
E, claro, sonhei com Bob esponja, levando umas porradas, mas continuando educado, absorvendo bem os maus fluidos.

Um pesadelo entanto, eu diria. Ainda bem que foi só um sonho.

terça-feira, setembro 26, 2006

Bob esponja

Os professor bateu, Bob absorveu...
Os sem-terra bateu, Bob absorveu...
Os agricultor bateu, Bob absorveu...
Tudo nessa terra ele sorveu.
Quantos Dias falta pra ele absorver Os Mar?
Em tempos de eleição...

- Papai, Papai, o que é poder?
- É um verbo, Menino Jesus, é O VERBO.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Partido Tabajara

Depois da refundação do PSDB, anunciada por FHC, foi a vez de Tarso Genro anunciar a refundação do PT, dizendo o óbvio, que o partido parece as organizações Tabajara. Não precisa ir muito longe, na FSP on-line: Depois da crise, campanha de Lula desativa serviço de inteligência

"Esse setor eu nem conhecia e pelo desempenho não me parece muito inteligente", foi o que disse Marco Aurélio Garcia, novo comandante da campanha petista à reeleição depois do afastamento de Berzoini. De fato, o PT ultimamente está se tornando uma inspiração aos Seus Creyssons da vida.

terça-feira, setembro 19, 2006

O homem de um exército só

O PT, depois que papai Lula mudou-se para a Granja do Torto, esqueceu de manter a casa limpa e asseada. Talvez, quando a autoridade paterna voltava à casa, ele escondesse a sujeira debaixo do tapete. Isso, quem sabe explique a ignorância de Lula frente a tanta lama. Outra hipótese é a de que, por amor paterno, o presidente e ex-presidente (do partido) tenha feito vistas grossas aos novos costumes de sua criação.

Não soube identificar os sinais do vício corruptivo, que começou com uma campanha extremamente cara em 2004 e foi paulatinamente engrossando, engordando bolsos e cuecas. Aliás, a campanha de 2004 serviu, a meu ver, para deixar de vez insatisfeitos os militantes da velha guarda (tios do partido) e deu munição para investigações sobre a origem de tanta grana.

Hoje o sensato é afastar-se. Que se puna o filho, mas que não se peça ao pai para açoitá-lo. Ou então que se crie de uma vez o PLULA.

O quebra-cabeças

As peças começam a se encaixar. Todos sabem do notório caso da reeleição, e de como FHC negociou com organismos internacionais o seu segundo mandato. Partindo dessas premissas e analiso os seguintes fatos:

1 - Uma semana antes de Freud e do R$ 1,7 milhão, FHC fez declarações bombásticas sobre o próprio PSDB, reforçando o racha no partido.
2 - O escândalo do dossiê saiu justamente no dia em que Lula estava longe do país, sem manobra para resposta.
3 - A CPMI dos sanguessugas deixou para investigar o caso depois do término das eleições.

Sabendo que Alckmin foge de FHC como o diabo foge da cruz, e sabendo que a uma das formas mais eficazes de se cair nas pesquisas eleitorais é bater nos adversários, podemos chegar à hipótese de que esses acontecimentos não foram à toa, e que o candidato mais beneficiado foi Geraldo.

Os noticiários de hoje ocuparam-se em mostrar o envolvimento do churrasqueiro de Lula na compra do dossiê. A grande e importante pergunta é, "de onde vem o dinheiro?" Outra inquirição, feita pelo presidente Lula nos EUA é "a quem interessa esse escândalo?". Alckmin fez a mesma pergunta, em seu programa, após bater duramente no candidato petista, alegando ser impossível o desconhecimento de tal caso pelos líderes do PT.

A dúvida maior é saber, mesmo, por que um assessor direto de campanha arriscaria envolvimento com dossiês contra adversários sendo que estamos a duas semanas de uma disputa nas urnas em que todas as pesquisas apontam para uma vitória de Lula no primeiro turno.

Será que uma investigação da CPMI revelaria algo contra ou a favor da campanha de Lula? Acho que nesse caso, a dúvida beneficia o candidato tucano, que está atrás nas pesquisas e agora tem um trunfo que envolve um assessor direto do presidente. Além disso, Alckmin pode respirar aliviado, depois do grande papel que FHC fez em descolar sua imagem do PSDB, através de críticas, também notadamente divulgadas em toda mídia.

Não seria tudo uma conspiração? Ou será que o PT é tão desorganizado assim? Como que um ex-agente da Polícia Federal e então "advogado do PT" se deixaria envolver em um escândalo. Com que interesse? O envolvimento de FHC no caso do painel mostra um passado de ligações entre PSDB e organismos estadunidenses. Um agente capacitado, certamente treinado por órgãos como FBI teria por certo chances de entrar em contato com esses mesmos órgãos, e, mesmo que fosse comprar dossiês, possuiria o conhecimento necessário para fazê-lo com mais discrição.

Não que o Chibata defenda o Lula, o rato etílico, como diria o hamster ACM. Apenas levanto aqui alguns elementos que podem ou não ser explorados pela ala da situação nos próximos dias. Quanto ao PSDB, fica confortável agora um segundo turno, caso ocorra. Veremos agora como se apresentarão as próximas pesquisas. A economia, pelo menos não chiou, nem chiará. Há muito que a política não influi nem contribui para o lado financeiro.
Ah, se Bob soubesse...

Andam dizendo por aí que a empreitada requianesca está ótima. E não é por menos, é luz fraterna, leitinho para as crianças, sanepar e agrados para os movimentos sociais, ações que agradam o povão.

A situação só está difícil mesmo é no campo. Os grandes e médios produtore rurais estão revoltados com algum apoio dado ao MST e também, muitos, com a bandeira anti-transgenia, levantada pelo governo do estado.

O nepotismo, felizmente, não é assunto de maiores preocupações. A campanha buenista contra a parentada reverteu em queda nas pesquisas e numa ótima piada, de que a família Melo e Silva, além de trabalhar unida e até tarde, economiza a luz do Palácio Iguaçu. "Apaga a luz mulher". Isso sim é luz fraterna.

segunda-feira, setembro 18, 2006

Enquanto isso, numa província não muito distante...

Na bela terra do lobo bravo, o cacique principal adquiriu 51% da oca central onde se realizam os eventos mais importantes de sua tribo. Para pagar o investimento, ele capturou a idéia de alguns imigrantes daquelas paragens, que vendiam uma bebida alcoólica chamada vodka, e elaborou uma festividade destinada a todo o país. Apesar do fracasso, foi rapidamente cumprido o pagamento ao mandante do ritual.
Depois do imbróglio do dossiê, Freud explica...

Freud, que além de pai da psicanálise é também assessor de Lula, pediu demissão depois de ser envolvido na venda de um dossiê contra Alkmin. Disse ela à Folha que não tinha nada a ver com o peixe, ou melhor, com o DVD que mostraria um envolvimento entre a candidatura de José e Geraldo com a máfia dos sanguessugas.

Já vislumbro o decorrer das ações. Lula já disse ser deplorável o envolvimento de membros do partido na compra de dossiês. Seria a incapacidade de uma investigação própria a causa de tamanha repulsa por parte dos membros petistas? Acho que não, na verdade o que penso mesmo é que logo logo, os petistas irão acusar os tucanos de divulgação de tentativa de compra de dossiês. A situação vai complicar quando a mídia comprar o peixe novamente e, numa eventual tréplica, o PSDB anunciar que na verdade tudo não passou de uma armação petista para tentar acusar o partido de tentativa de caluniar o adversário, assim conseguindo mais votos de seu séquito de militantes desacreditados, ávidos por uma teoria conspiratória.

A baixaria na política, nem Freud explica. O noticiário mostra que quando envolvido, pediu logo demissão do cargo, alegando desconhecimento. Não é de se duvidar, que dentro de uma assessoria tão desinformada, o presidente não tenha sabido de nada. A ignorância é mesmo um estado de felicidade, e de alta popularidade.