quinta-feira, julho 03, 2008

Marta, hillária

Até pouco tempo a ministra do relaxa e goza era considerada carta fora do baralho eleitoral paulistano. As brigas intestinas entre a aristocracia demo-tucana parecem abrir espaço na corrida, tal qual uma Hillary ao contrário, a ex-ministra começa solta, com pouco favoritismo, mas talvez surpreenda ao fim.

Tudo isso só para tentar falar um pouco de egoísmo. Porque é o egoísmo alckimista ou serrano o ingrediente chave nesse imbróglio. Vivemos tempos difíceis. A coca-cola privada nunca está à salvo de um ataque socialista na geladeira coletiva. São tempos de vacas magras, em que os próprios comunistas, ou anarquistas, cuidam de valorizar-se individualmente. A propriedade do povo, dizem, são os outros!

Já se prevê por aí o arrefecimento da economia, em plena época de aquecimento global. Parece que depois da Olimpíada chinesa, a bolha vai estourar. E não me refiro à fabulosa bolha construída para abrigar as competições de natação (engenhada, aliás, com mentes ocidentais sob coordenação chinesa -- algo que deve ficar mais comum daqui pra frente). Mas falo da bolha do comércio internacional. As commodities em alta num mundo inundado de bens industrializados, alguns já obsoletos, adequados a outro padrão de consumo, que envolva menos petróleo. Para onde vai esse lixo todo?

E se você pensar na catástrofe de um sistema financeiro totalmente interligado, cuja ponta do iceberg foi vista na época do subprime, pode ficar mais assustado. Vacas mais magras virão. "E o Brasil?", gritam os ufanistas. O Brasil está aí, perdendo os ganhos em desigualdade com uma inflação subestimada. Há coisas a serem mexidas e há pouco tempo. Reforma tributária e política são urgentes. E dessa vez estão deixando o homem trabalhar, mas parece que finalmente ele está é descansando. Veremos.