terça-feira, outubro 31, 2006

Os aloprados

Depois de Alckmin dizer adeus, discretamente, cumprimentando Lula pelo telefone. Depois do "deixa o homem descansar" proferido sabiamente por Lulinha na chegada em Brasília, depois da primeira estultice de Bob, el Req, em duvidar das fabulosas urnas eletronicas, a mídia local viu diante de si um mini-Chavez.

Requião atacou a mídia, como talvez todo Id de um político magoado já quis fazer, mas que foi barrado por um superego baseado na sobrevivência política. Tudo bem que ninguém ali era inocente, mas não precisava tanto baixo "escalão", como certa vez vi uma dessas patricinhas de quinta categoria proferir.

Bob ressaltou toda a luta ideológica, disse que foi eleito pelos mais pobres, contra o grande capital, contra os privatistas, contra o pedágio, contra Tio Sam, os banqueiros, os Incríveis, a Liga da Justiça e os teletubies. Interessante que sua luta ideológica foi apoiada principalmente pelos municípios menores, mais pobres, portanto mais ligados aos votos desideologisados como insistem os analistas políticos. Além disso, também mais sujeitos à máquina política, ao apoio dos 399 prefeitos, enfim, a manobras eleitoreiras.

Certo ele está que a campanha contra sua imagem foi desleal. Vídeos do Youtube proferindo frases como "enfia a faixa no rabo", ou "cacete, cacete!", cuidadosamente editados para ressaltar o voráz pit-bull que habita dentro do Bob Esponja calça quadrada. Requião, por fim foi vítima dele mesmo, de toda a truculência, que foi engolida junto de toda uma cartela de Engov antes do último debate, quando ele aguentou pacientemente duas horas de críticas muitas vezes infundadas, sem propostas, de provocações, de tapas, de toalhadas molhadas na bunda de seu adversário dos maus Dias.

Terminado o apleitado pleito o que vemos? Mais munição para a oposição, aquilo que todos esperavam no debate, o pit-bull, o vociferador, e claro a pequena torcida do "vamos quebrar tudo" que o acompanhava nos fundos. Dando urros de agradecimento a cada bofetada proferida na face atônito-irritada dos jornalistas.

Bob devia aprender com Lula, que mesmo injustiçado por uma parcela muito maior da imprensa (observemos que bob detém uns 50% da mídia paranense a seu favor -- contando aí a rádio e tv oficial do governo) deu três entrevistas, comportadíssimo, alegríssimo e tranquilíssim para as três maiores redes de TV do Brasil. Ser presidente, como ele ensina em sua conduta, não dá qualquer vice-reinado no campo divino ou dos direitos humanos.

Em sua entrevista na Band Lula confirmou que teve que fazer campanha lutando contra a oposição e contra alguns aloprados companheiros do PT, que "trocaram os pés pelas mãos". Bob, por sua vez, devia passar por um processo de desalopramento antes de dar entrevistas. Por mais justas que sejam suas reclamações, ele não devia jogar tanto contra si mesmo.

O material para a oposição é farto e está on-line. Basta acessar a CBN .